quarta-feira, 27 de maio de 2009

Dupla Maia/Rosas prescinde da participação no Open da Polónia


A dupla portuguesa composta por Miguel Maia e Pedro Rosas não vão estar presentes no Open da Polónia que amanhã tem início em Myslowice. A justificação foi dada por Francisco Fidalgo numa entrevista publicada em miguelmaia.com.

Na entrevista, o técnico da dupla portuguesa fala ainda da participação no Campeonato do Mundo da Noruega, próxima prova pontuável para o Ranking, assim como aborda o estágio que a dupla iniciará na próxima semana no Rio de Janeiro.

Francisco Fidalgo: "João Brenha tem sido fundamental"
O técnico Francisco Fidalgo continua a acompanhar Miguel Maia em mais um projecto Olímpico. Depois de ter sido importantíssimo no sucesso que durante anos Miguel Maia e João Brenha tiveram na vertente de Praia do Voleibol, o técnico espinhense continua a dar o seu contributo a Miguel Maia nesta dupla que agora faz com Pedro Rosas.

Fundamental, nas palavras de Francisco Fidalgo, tem sido a ajuda e as dicas de João Brenha para a perfeita adequação de Pedro Rosas ao jogo de Miguel Maia.

Nesta entrevista, o conceituado técnico português faz um balanço às primeira semanas de treino, fala das expectativas para esta época, da participação no Campeonato do Mundo da Noruega e do estágio no Rio de Janeiro.

P: O que esteve por base da decisão da não participação da dupla Maia/Rosas no Open de Itália que se inicia amanhã?
FF:
O Miguel está a pagar um pouco a factura de quase não ter parado após o campeonato. Tem estado a treinar limitado por questões musculares, e seria muito arriscado ir competir numa qualificação tão forte quanto está na prova da Polónia. Como a prova seguinte é a mais importante da época - o Campeonato do Mundo da Noruega - e o Maia /Rosas estão ainda com o "entry" (soma das 4 melhores pontuações de cada atleta da dupla, nas últimas 5 participações) escasso para garantir a entrada no Quadro Competitivo (não há qualificação no CM) poderia ser comprometedor dessa participação um mau resultado na Polónia. Teriam de alcançar um 13º lugar para não terem prejuízo no balanço dos pontos que caem e os que ganhassem, o que seria extremamente difícil nas condições referidas.

P: E como estão a decorrer os trabalhos da dupla?
FF:
Os trabalhos da dupla estão a correr bastante bem. Mas muito melhor do que eu poderia falar o João Brenha que, com a ajuda, quando possível, do Pedro Teixeira, tem conduzido a maioria dos treinos. O facto de este ano, ao contrário do que sucedia há vários anos, não ter sido possível garantir o meu destacamento da escola para ficar ao serviço exclusivo do volei de praia, impede-me quase de acompanhar os treinos que se realizam preferencialmente de manhã por razões que tem a ver sobretudo com o vento, que tende a aumentar ao longo do dia. Mas o João tem usado toda a sua experiência para orientar superiormente os trabalhos, que tem contado também com outros atletas, nomeadamente o Roberto, o Kibinho, o Ricardo Lima, e vários outros que se tem disponibilizado também para ajudar nos treinos. Quem mais beneficia de todo esse conhecimento do jogo é o Rosas, que tem recebido dicas preciosas do João Brenha e acelerado a sua adaptação à nova posição e às novas funções em jogo.

P: Na próxima semana, Miguel Maia e Pedro Rosas viajam para o Brasil a fim de efectuarem um estágio de duas semanas no Rio de Janeiro.Qual a importância deste estágio?

FF: Acredito que o estágio será decisivo no futuro próximo da dupla, tal como foi durante muitos anos para o Maia /Brenha. Esses estágios permitem aos atletas uma dedicação exclusiva ao treino, condições de clima e parceiros de treino ao melhor nível mundial. Favorecem também a disponibilidade para um trabalho físico intenso e respectivas recuperações. No caso da nossa dupla é ainda mais importante neste momento, porque permitirá adquirirem mais rapidamente rotinas e respostas tácticas em situações competitivas com excelentes e diferentes atletas.

P: A próxima prova pontuável para o Ranking é na Noruega e será simultaneamente o Campeonato do Mundo de Voleibol de Praia. Quais as possibilidades de presença na Noruega?
FF:
A participação na Noruega vai depender ainda das classificações que as outras duplas obtiverem na Polónia. Só depois disso será possível fazer as contas e confirmar se estão entre as 48 que poderão participar, sendo certo que a posição será sempre tangencial. Por essa razão, e dado o Miguel ter o currículo que todos conhecem, para além de ser dos poucos atletas que participou nas 6 edições do Campeonato do Mundo já realizadas, foi pedido à FIVB e ao Promotor do evento um Wild Card.

P: Quais as expectativas para este primeiro ano da dupla Maia/Rosas?
FF:
Neste ano de adaptação mais do que objectivos de ranking ou de grandes classificações, seria óptimo conquistar os pontos necessários à entrada directa regular no Quadro Principal a médio prazo. É um objectivo muito ambicioso no contexto actual de grande nível que se verifica no Circuito Mundial (basta ver a lista de participantes na qualificação da prova da Polónia!), mas que julgamos possível atingir antes do final da época, sendo para isso fundamentais as prestações nas próximas provas que são o CM e 4 Grand Slams consecutivos.
A primeira competição em Roma, quase ainda sem treinos, em que passaram a qualificação e se bateram de igual para igual com duplas muito fortes e bem mais rotinadas, abriu excelentes perspectivas e motivou ainda mais a dupla para o desafio árduo que decidiram enfrentar.

Fonte - o Jogo

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